Tunídeos

A Alma de um Tunídeo é a alma de um cantor, a alma de um eterno trovador

historial

Os Tunídeos deram à costa, segundo rezam os anões, perdão anais, algures em Julho de 1994 quando o Sérgio Ávila encontrou o Zé Carlos no bar da UAç e proferiu as imortais palavras: 

- “Iss vá bém?(1)

Ao que o Zé Carlos terá respondido: 

- “É na boa!”(2)

Então, como se iluminado pelas próprias musas, Sérgio Ávila terá dito: 

- “Bora fazer uma tuna!”(3)

E a resposta de Zé Carlos, de uma poesia e musicalidade inigualáveis terá sido: 

- “Bora lá!”(4) 

 

Desde logo se iniciaram as sobre humanas provas de seleção dos elementos que no dia 25 de Novembro de 1994 se estrearam (como não poderia deixar de ser) no bar da Universidade dos Açores, tendo como madrinhas as toninhas, elementos femininos do grupo “Chumba - Perde” da UAç. Para além da intima relação com o bar, Os Tunídeos desde logo granjearam notável reputação com as suas serenatas ou, como alguns as denominam, “sessões de caça à lingerie”.

Os Tunídeos - Tuna Masculina da Universidade dos Açores contam já com 28 anos de existência. Ao longo destes anos, este grupo tem cumprido inúmeros eventos e iniciativas de sucesso cultural assinalável. Assim, gostaríamos de destacar as 20 edições cumpridas do El Açor - Festival Internacional de Tunas e já contando com 21 realizadas, nas quais trouxemos anualmente uma média de 6 tunas a concurso (vindas de Portugal Continental e do estrangeiro), tendo ao longo destas 21 edições participado um total de 73 tunas diferentes (cada uma com média de 25 membros) e sendo que nos anos mais recentes, este evento tem vindo a esgotar o Coliseu Micaelense, maior casa de espetáculos dos Açores, enchendo a ilha de São Miguel de festa e animação durante os 4 dias do evento. Outro evento anual com um sucesso em crescendo é a Serenata ao Luar que cumpriu a sua sexta edição, tendo um ambiente diferente, caracterizado por uma enorme intimidade e servindo de despedida para os alunos que deixarão a Universidade e os Açores naquele ano (sendo por isso realizado no último dia de aulas). A Serenata ao Luar já percorreu locais emblemáticos como as Portas da Cidade e o Largo do Colégio. 

Além destes eventos anuais, Os Tunídeos demarcam-se dos demais grupos deste género por muitas outras iniciativas realizadas durantes estes 25 anos. Gostaríamos de destacar também os 4 CD's editados, 3 deles originais d'Os Tunídeos e o outro uma coletânea das participações da 3ª e 4ª edições do El Açor. O último CD, lançado no Teatro Micaelense em 2013 incluíu uma campanha de marketing muito aclamada em toda a região. A nível musical também é de destacar o repertório composto apenas por músicas originais d'Os Tunídeos, sendo que muitas destas têm como tema os Açores ou as suas ilhas, como por exemplo "São Jorge", "Corrido das Ilhas" (que fala de todas as ilhas dos Açores), "São Miguel", "Valsa" (sobre a ilha do Pico), entre outras, destacando, claro está, a afamada música "Cidade de Ponta Delgada" que é muito conhecida em toda a Região e até fora desta. 

Por fim, Os Tunídeos têm levado toda a sua animação e cultura a muito locais ao longo destes anos. Em termos da Região, já percorremos todo o arquipélago, destacando as visitas às ilhas do Pico, Graciosa, Flores, entre outras, destacando-se a ida a Santa Maria neste último verão. Fora as visitas às outras ilhas, Os Tunídeos participam anualmente em festivais de tunas, tanto em Portugal Continental, como em Espanha. Assim, ao longo destes 25 anos, Os Tunídeos participaram num total de 34 festivais de tunas, tendo arrecadado um total de 113 prémios, representando sempre ao mais alto nível a Universidade dos Açores e a Região Autónoma dos Açores. Também no âmbito de viagens, esta tuna cumpriu já duas grandes viagens internacionais, tendo sido a primeira há cerca de 20 anos ao México e a mais recente em agosto de 2019, na qual visitamos as comunidades açorianas de Fall River e arredores e ainda Nova Iorque. 

Em 2001, Os Tunídeos irmanaram-se, ou melhor dizendo, “hermaniaeam-se” com a Tuna de Farmácia de Granada, num dos episódios mais bonitos da sua existência. Mais tarde, culminando uma longa relação de amizade, irmanaram-se também com a TransmonTuna – Tuna Universitária de Trás-os-Montes e Alto-Douro. Em 2016, lá para os lados da Serra da Estrela, Os Tunídeos irmanaram-se com a Desertuna – Tuna Académica da Universidade da Beira Interior, o mais recente membro da família. O próximo objetivo, pretendendo entrar no mundo do incesto, será a irmanação com uma tuna feminina… 

 

(1)Então caro amigo, como estás? 

(2)Estou bem obrigado. 

(3)Vamos construir um daqueles grupos de índole recreativo e cultural a que se chama “tuna”. 

(4)Que óptima ideia!  Podes contar com o meu apoio.

 

direções

Tradições

SERENATAS

As Serenatas são uma tradição que os Tunídeos mantêm para retribuir o carinho que qualquer donzela lhes dispense… Em Ponta Delgada, sempre que a lua se apresenta cheia, à meia-noite, os Tunídeos iniciam uma incursão por ruas de Ponta Delgada onde se escondem ansiosas donzelas dignas de interesse… Debaixo das suas janelas fazem serenatas… E pedem-lhes, como prova de agrado, uma peça de roupa íntima… Não se pense que é para uso pessoal! Trata-se de uma tradição secular para coleccionar recordações de lindas donzelas…

PASSAGENS

As passagens no grupo são acompanhadas de rituais, mais ou menos secretos, de forma a manter a misticidade da ocasião em causa, que se revela de grande importância para todos, mas em especial para a pessoa em questão. O tempo que demora a evolução dentro do grupo depende exclusivamente da dedicação e espírito evidenciados por cada elemento… Os aTunos não dormem à sombra da rede!

De ova a rascasso

Após um período de aclimatização, uma Ova destemida (ou inconsciente) pedirá ao Petingalho e ao Rascona que proponham à Direção a sua passagem a Rascasso. Sendo aceite, é marcada uma “audiência” com os aTunos, onde terá de prestar provas de que é merecedor de mergulhar no mundo Tunídeo… As provas são secretas e duras… Os aTunos reúnem-se e decidem… O que se passa depois…hummm…

De rascasso a Petinga

Este é um momento carregado de simbolismo! Para o Rascasso, que está prestes a deixar para trás os collants, é reservada uma cerimónia num dos locais mais emblemáticos para os Tunídeos: O Pesqueiro. Os Rascassos, positivamente avaliados num prévio Conselho de aTunos, são brindados com o contacto direto com o Oceano, seja em que época do ano for… No entanto, esta passagem só fica completa na actuação subsequente, em que o quasi-Petinga deverá actuar vestido de mulher! As consequências têm sido variadas…

De Petinga a aTuno

Este será o momento mais importante na vida de um Tunídeo! É o momento em que deixa de ser caloiro (e a boa vida acaba), passando a integrar o grupo líder do cardume (e começam as responsabilidades). Em Conselho de aTunos são escolhidos os Petingas merecedores de tal honra. Na noite de lua cheia seguinte, o quasi-aTuno fará uma serenata a uma donzela da sua preferência, que irá “amadrinhar” a sua passagem, num ritual secretíssimo em que a donzela se compromete de forma irreversível… Após a serenata, o Petinga é investido aTuno pelo Magister, num ritual doloroso e secreto. Para compensação deste momento é concedido ao recém-TMN (Tuno Mais Novo) o privilégio de ordenar a sua primeira praxe aos caloiros, seus recentes ex-colegas de sofrimento…

Festivais